quinta-feira, 27 de novembro de 2008

ATAVISMO URBANO- de Carlos Vilarinho

Meu corpo produz uma energia cheia de raios,
Descendente de Xangô,
Que vão iluminar o mundo
Quando as águas o inundarem
E as trevas o tomarem
Em revolta da natureza.
Meu corpo, uma bola de fogo,
Um sol humano
Aquecendo e derretendo
O gelo em pedra dos corações.
Meu corpo em filetes ardentes e díspares,
Nos corredores frios do barroco quinhentista.
Túnel negro de betume,
Anel de inferno dantesco
O navio que trouxe meu corpo.
Meu corpo destrói a escuridão,
Transforma em crepúsculo
Em seguida dilúculo.
Meu corpo salva sem cruz.
Açoitado sem Jesus.
Meu corpo,
Enfim
O universo, de minha alma,
Deduz...(?)

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