segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PREFEITO- de Carlos Vilarinho

Política é tão sério que rege todos nós. Dessa forma eu vejo. Não me agrada discutir, debater e analisar, no entanto todos nós fazemos isso inconscientemente mesmo diante de nossa consciência, diria Jung. A eleição em Salvador foi acirrada e somente ao final do segundo turno depois do último debate entre prefeituráveis que a real situação clareou. Notou-se a pluralidade que antes não havia. Há forças tão fortes quanto uma e outra. Não há mais temor na política baiana e as pessoas podem enfim posicionar-se democraticamente.

Eu, em modesta visão, sou um homem político em essência, mas não vivo dentro da política. Acredito que o resultado, a reeleição do prefeito João Henrique, fora o melhor para Salvador, mesmo sabendo que sempre corremos o risco, quando digo corremos, digo o povo em geral, de sermos governados por grupo puramente partidário. O prefeito cometeu esse erro no início do seu governo em 2005, e corrigiu ainda em tempo. Tenho a impressão que se a vitória fosse do lado oposto isso se concretizaria por quatro anos. Assisti a um debate somente e ao longo da campanha analisei e tirei minhas conclusões debaixo da experiência que tenho adquirida quando fiz movimento estudantil na Universidade. Provavelmente ainda hoje os partidos infiltrados no movimento estudantil fazem política partidária, sem fins sociais. Ou no caso do estudante, sem fins discentes. E são os mesmos que perderam eleição para prefeito em Salvador. Rostos conhecidos e carimbados. Cheios de práticas para dar a volta. Faça-se entender. O debate que assisti, cresceu sob meus olhos e em meu entendimento a mudança tática do prefeito surpreendeu os adversários. Vi no rosto do candidato derrotado o olhar sobressaltado pelo imprevisto que João Henrique impôs aos petistas.

O prefeito por sua vez, onde muitos achavam que a mansidão e a religiosidade contariam em adversidade sobre ele mesmo, subiu nas tamancas e desceu o verbo. Há quem diga que aquele desempenho é o esperado pelos eleitores, tenho minhas dúvidas, embora se perceba claramente que surtiu efeito. Ao contrário dos adversários que buscam fórmulas de dar a volta, o prefeito apresentou os trabalhos feitos e os que irá fazer. Explicou: PDDU, Hospital da Suburbana, praça da Centenário e mais; questionou a saída dos petistas e dos comunistas do governo com o pensamento único em eleger-se e fazer a política que já exemplifiquei. Acho que o maior erro do prefeito em seu mandato foi negociar cargos com o PCdoB. Dizem: partido atrasado e revanchista. Não tenho certeza, mesmo porque tenho amigos que fazem parte dessa raia política e não são atrasados nem possuem viço vingativo. Alguns poetas e educadores.

Espera-se mudança onde é necessário mudar e continuidade onde é necessário continuar. Quanto o panorama político ainda é muito cedo. Já afirmam que há uma nova força, novo líder. Talvez. Esperemos então.

Carlos Vilarinho
27/10/08

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