quinta-feira, 5 de junho de 2008

SEGREDOS E MEMÓRIAS DE UMA MULHER ATRAENTE E DESPUDORADA



Texto do livro -AS SETE FACES DE SEVERINA CAOLHA & OUTRA HISTÓRIAS (sexta parte)

Lá entrei em contato com a natureza bela e romântica da época. O Rio de Janeiro era realmente belo e nada do que ocorre hoje em nossos dias se passavam naquele tempo. Fui morar e fazer companhia à minha tia Luísa, casada com o engenheiro Carlos Torres... (recorda lembranças e suspira em uma pausa). Voltei a estudar. Freqüentei um grupo de Literatura, era a época do Modernismo. Devorava as obras literárias e aos poucos intensificava idéias e pensamentos a respeito da performance criativa. Foi quando surgiu Sartre e Simone Beauvoir. A França sempre produziu arte em demasia. Havia saraus e encontros literários. (pensativa) Hoje nada disso existe, a literatura foi relegada, as pessoas não querem mais ler, pois é difícil e demorada. Não sabem que essa demora é o tempo da sabedora que se absorve num texto literário. Ou em outros textos. O importante é fazer leituras e depois leituras de mundo. Será que não comporta uma interpretação de uma obra literária em sua essência, juntamente com o seu autor, nos dias de agora, filha? (respondi negativamente balançando a cabeça). Uma pena, os escritores teriam muito a acrescentar nas cabeças. Não que se direcionasse pensamentos ou idéias, mas que incomodasse, bulisse, advertisse os jovens. Acho que isso é necessário. Mas como ia dizendo, minha tia Luísa e o marido Carlos tinham um filho. O Luciano. Rio de Janeiro é a vitrine do Brasil para o mundo e talvez tivessem sido os melhores anos da minha vida. Me envolvi de cara com meu primo. Logo no primeiro dia trocamos olhares curiosos. No segundo já sorríamos um para o outro. Sorriso tendenciosos e cheios de languidez. No quinto dia, meus tios foram ao teatro e fiquei em casa lendo A PESTE . Não sabia que Luciano estava em casa. Primeiro ele chegou comentando o livro. Falou da condição humana e do flagelo que assolava na época. Talvez ainda hoje o mundo esteja cheios de flagelados, mas naquela época era pior. A guerra, as doenças, enfim... Era um homem culto e inteligente, Luciano. Então ainda conversando sobre o livro ele lembrou de um grande homem e recitou para mim este poema:

A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.


Não suportei que mulher suportaria depois de uma prova de lucidez, amor ao próximo de forma gentil, donairosa, garbosa e picante como essa? Envolvemos-nos, beijamo-nos, rimos e fizemos muito sexo. Amamo-nos sem reserva, filha. Sem pudor ou vergonha do que quer que seja. Então, minha querida, escreva aí também, pois foram nuances que toda amante deve saber. No nosso primeiro amor ele colocou o membro entre meus seios e num movimento de vai-e-vem, entrava e saia na minha boca. Era um membro enorme. Luciano delirava em frenesi e eu também. Para não gozar de vez ele sentou e me colocou por cima. Eu desci eriçada e molhada num pau vergado e muito duro. Afastava as polpas das minhas nádegas e entrava sem dó. Gozei três ou quatro vezes. Em seguida me colocou de quatro e penetrava nos dois orifícios. Alternava o gozo. Fazíamos duas ou três vezes por semana. Ninguém nunca soube. Nesses tempos esqueci o Júlio. Luciano era insaciável, chegava a ser selvagem. Ficava deliciada e mole. Quatro anos no Rio de Janeiro estudando e amando o meu primo Luciano. Ele foi o responsável direto pelo meu excelente desempenho nos cursos que fiz de literatura e magistério. Estudava com mais disposição e houve épocas que achei a razão em Freud. Vivi com essa certeza se tudo estiver bem com a libido o resto não importa. Depois desses anos estava disposta a morar no rio, mas minha tia Luísa e o marido, junto com Luciano, claro, foram para Europa. Meu tio era engenheiro e aceitou o convite de reconstruir algumas cidades européias depois da guerra. Dessa forma, voltei para a boa terra. Não fui morar mais com meus pais. Aceitei o convite de uma escola onde uma das professoras fora interna comigo, a Amanda. Assim cheguei numa pensão no corredor da Vitória. Sim, sim, sempre fora bairro nobre. Lá conheci o Miguel e as nuances do voyeurismo...

SÉTIMA PARTE - 10/06- terça-feira.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vc tem talento...rsrsrsrsr queroi dizer suas escritas são simplesmente notaveis e dar p ver a cena nitidamente...rsrsrsrs Estou lendo devagar, pois tenho pouco tempo p ficar no CP. Bjs