sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

FODA-SE A UNIVERSIDADE- de Geraldo Maia

Odeio a universidade pós pó
Com maçanetas quânticas e quasars caretas
Parece um museu de títulos abastecido de abismos
Odeio a universidade corta mente
Com suas salas de tortura mergulhadas
Em formol indigente
Parecem pocilgas numa escuridão
Privada
Ou latas de pântano aos gritos
Morte à universidade e seu cabelo de pátina
Sua fieira de miolos castrados
Asas em conta-gotas
e professores de moscas
Confessos réus de uma fornada de inválidos
Banidos dos processos de universo
professam uma moto-serra de cátedra
A universidade é um tiro no anacoluto
com seus escravinhos orientandos
empalhados por um sodomita
graduado em GEDs
que curte fraque de anis e
toga de alcaçuz
Foda-se a universidade com seus
carcereiros titulados
Suas orgias de parvos
Sua sede de pascácios
Foda-se o doutor de ausências
O phd ilha
O mestre de repetição e obediência
Odeio vocês incapazes de beijos desnudos
Com seus inúteis diplomas de plasma
Suas placas de náusea
com genomas mecatrônicos
Odeio a universidade e sua aridez atômica
Sua preguiça atávica
de pensar em cima do muro
Odeio sua crônica descerebrada
de copiar o fracasso obsoleto
e defasado dos doutos
desimportados
Odeio sua estúpida mania de odiar
tudo que não lhe é rastro exato
É preciso odiar essa fábrica de
universiotários de plástico
Sob as tentações cristantans
do barato saco
E que depois de muita
muita aposta
no co-sexo curto
Prepara mais um surto
De ignorância chapada


grato,
abraço,
Geraldo Maia, poeta da praça das antigas...