segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

ANGÚSTIA de Manuel Jorge

Ensinamentos.

De que me servem?

Nada me dizem.

Apenas aprendizados de alguém.

Não me dizem respeito.

Nem me serve

a erudição:

enciclopédia de letras douradas,

que não conhece o chão duro que piso.

Não. Não preciso da ostentação beletrista.

Nem do texto enxuto,

nem da consciência da forma.

Não, não preciso.

Nem preciso escrever.

Nem preciso viver.

Não. Deixem-me em paz.

Eu não preciso de nada.

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