domingo, 1 de março de 2009

TERRA AGRESTE - de Manuel Jorge

Se queres o céu, eu te dou o inferno;

Se queres descanso, eu te dou a purgação;

Se sonhas com o azul, eu te jogo nas trevas

E te faço escravo do meu coração



Se vislumbras o verde, eu já sou a terra;

Se queres a luva, eu te dou o facão;

Se queres a física, eu te dou a enxada

E trabalha escravo no meu coração



E onde roças carícia me deixa maluca

Que de tantas delícias já sinto paixão

Se pensas em outra, eu já fico louca

E prometo ser fértil até no verão



Se perco o ritmo, já trocas de roupa

E o que era escravo, já é Lampião

Monta cavalo, ganha o asfalto

E deixa as marcas no meu coração.

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